quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A Luz de Akshar - Prelúdio

Cidadela Dourada

03º Dia da 24º Colheita da 5º Era.

            A Cidadela Dourada havia se constituído como o maior reino de toda Akshar, reunindo as diversas nações aliadas, ocupada por diversas raças e criaturas, as ruas da enorme fortaleza reluzente fervilhavam em meio a um emaranhado de barulhos alucinantes. O som das carroças deslizando sobre as ruas, o esganiçar dos vendedores, os pivetes correndo, as armaduras e seus ruídos, o tintilar dos frascos cheios das mais diversas poções, as canecas brindando e os arrotos mal educados eram apenas alguns dos sons que preenchiam cada canto da enorme metrópole que parecia nunca sossegar.

            Ao voltar os olhos para o longe era possível apreciar as gigantescas muralhas dotadas da mais alta e cara tecnologia disponível, uma enorme construção que combinava o máximo da engenharia, da magia e da ciência em um único monumento. Vigiada 24 horas por dia, a muralha dourada refletia a esperança das nações em resistir e sobrepujar os Deuses do Caos.

            No centro da Cidade, num grande palácio Dourado ilustres cidadãos vociferavam uns para com os outros em uma calorosa discussão. Era o Grande Parlamento. Nele, cada uma das nações aliadas era representada por um número proporcional de Senadores/Diplomatas, responsáveis por coordenar a constante ampliação da cidadela, garantir os interesses de sua pátria e de discutir as ações de combate à Expansão promovida pelo exército caótico. Em um descomunal salão circular sentavam-se os Senadores em um total de 126, divididos entre as 23 Cidades-Estado que constituíam a grande aliança dourada e assinaram o pacto de RonWall, o acordo sócio-militar de cooperação mútua que regia a aliança.

            Sentado na extremidade do vasto salão, Adry, o Tremere coordenava as discussões e exercia seu papel de Cônsul da Cidadela. Dotado de um senso político invejável o Vampiro havia se consolidado como grande líder da resistência ao Caos, e se mantido, por três mandatos consecutivos como Cônsul e Governante da Cidadela. Com uma base aliada forte, com um vasto arsenal de “segredos” que permitiam por vezes o convencimento forçado de Senadores, possuidor de grande habilidade de barganha e um amplo "estoque de favores" a serem cobrados, o vampiro era um especialista, e diria, um dos poucos capazes de fazer com que o Parlamento funcionasse corretamente, evitando o desfazimento da Aliança e o colapso da Cidadela e da Resistência.

            As reuniões estavam se tornando mais freqüentes, o conselho de Guerra se reunia praticamente todos os dias, após as vitórias em Munchr, Alfenrai e Moroe, o clima era de otimismo. No entanto, o menor descuido poderia representar a ruína de qualquer um dos lados, o mundo estava dividido, Akshar encontrava-se, no momento, fracionada em duas partes. As nações de ambos os lados haviam se fortalecido, mas, era hora de ir além dos próprios interesses.

            Após três dias de intenso debate, a mais importante sessão ja realizada pelo Parlamento Dourado foi encerrada. Com a decisão em mãos, o Cônsul levantou-se de sua cadeira, fitou os Senadores presentes e com um enigmático sorriso concluiu o que as nações aliadas haviam resolvido:

            - Nobres Senhores, apresento a vocês a decisão dessa Egrégia Casa, em nome do Parlamento Dourado, consoante deliberado pelos Excelentíssimos Senadores , representantes constituídos das nações aliadas, declaro acolhida a proposta de iniciar a Operação Luz de Akshar. Em razão disso, estão temporariamente suspensas as sessões, os representantes devem voltar e noticiar pessoalmente aos seus governantes as decisões tomadas por esse parlamento e aguardar as Ordens do Alto Conselho de Guerra. 

O vampiro fez uma pausa observando a reação dos Senadores, e após alguns segundos prosseguiu: 

            - Queridos Irmãos, alegrai-vos, pois hoje, vocês decidiram não se abrigarem sob o confortável manto da covardia, alegrai-vos, pois hoje, a luz da sabedoria brilhou em vós e o raiar de uma nova esperança surgiu. É hora de resgatar nossos irmãos e tomar de volta o que é nosso.  É tempo de batalhar por um novo mundo de paz e liberdade. 

Após calorosos aplausos os senadores se retiraram ruma aos seus reinos, havia muito o que fazer, o protocolo havia sido aprovado, o tempo de consolidação foi superado, era hora de expandir.  

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